domingo, 24 de agosto de 2014

Era fraco, e feliz.


Toda a gente tem momentos tristes, e momentos felizes. Eu tinha momentos de fraqueza… fraqueza essa que eu pensava ser triste até perceber que era o que me deixava realmente feliz. Era fraco, e feliz. Tinha o que, numa vida tão pequena, mas enorme, julguei não ser real. E considerava-me fraco, pois lutava todos os dias contra ela. Até que, num dia como tantos outros, perdi o medo. Perdi-a. Odiei-me pelo tempo que lutei, pelos momentos de mentira com que era feliz. Odiei-me pela história que levei anos a acreditar. Odiei-me. E odiei-a. Por me fazer acreditar numa mentira de gente fraca. Mas o ódio perdeu uma vez, e voltou a perder. Não percebi que despoletou o melhor de mim. Que fez sorrir os meus olhos. Que criou a felicidade e me fez feliz. Que me mostrou o Amor. Acabou, mas foi bom. Não te odeio, não consigo. Mas serás sempre a mesma fraqueza.

domingo, 11 de maio de 2014

Tenho-te, mas não te tenho


Continuas a vir. Na verdade, nunca foste, estás sempre presente. Tão presente que cada vez sinto mais a tua falta. E o teu cheiro, o teu toque, o teu beijo. Continuas a dar-me a mão ou, na opção, nunca nos largámos. É tão fácil sentir o toque suave do teu sopro quando murmuras perto da minha cara, junto da minha pele… mas tão difícil segurá-lo, mantê-lo contínuo, de maneira a que me possa habituar. Ainda tenho o sabor doce dos teus lábios na minha boca, o apertar das tuas mãos nas minhas costas contra o teu corpo, enquanto o meu coração bate com a força de dois, como se fôssemos um só. O tempo parou aí e nunca mais retomou… Ainda tenho o toque das tuas mãos, o sabor dos teus lábios e o cheiro do teu cabelo nos meus sentidos. Ainda te tenho, mesmo quando não te tenho. Ainda te sinto…

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Evitar o Inevitável


"(...) Adiar o inevitável. Não acreditamos no que é óbvio ou não, mas que sabemos que vai acontecer. É mais fácil assim. E mesmo sabendo que nos vai deixar mal no futuro, não nos preparamos, porque apenas queremos aproveitar o que é tão bom agora. Mas um dia chega o inadiável. Num momento sorrimos, noutro damos um murro na parede para aguentar as lágrimas. Mas elas caem. Olhamos sem ver, e a única coisa que passa pelo olhar é o flashback dos inúmeros momentos felizes. Voltam os sorrisos, a felicidade, o Amor. Vêm as causas do embate, do "inadiável". Voltam os murros, as lágrimas, o Ódio, o Adeus."

domingo, 19 de janeiro de 2014

Apaguei, Voltaste


Apaguei. Voltaste. Deitei-me na cama e lá vens tu, com o sorriso habitual de menina inocente, exibindo os teus cabelos longos e a fazer o teu gesto com a cabeça, para que os possa admirar. Deitas-te ao meu lado, encostas a cabeça no meu peito, de maneira a que te possa mexer no cabelo, e dás-me a mão. Perguntas-me se estou bem e, em forma de afirmação, aperto a tua mão com um pouco mais de força. Falamos durante horas. Recordamos o mesmo que recordámos na última noite. E na anterior. E na outra. Vejo-te adormecer e sinto a maior felicidade do mundo.

Apaguei. Voltaste. Ainda nem fechei os olhos e já cá estás. Ainda nem adormeci e já estou a sonhar contigo.